A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA NAS LÍNGUAS DO GRUPO SHONA
Resumo
Designa-se por cultulinguística, o estudo da língua e sua relação com a cultura. É difícil estudar ou compreender língua sem recorrer aos aspectos socioculturais do povo que a fala. Conhecer uma língua não é citar de cor a gramática, mas sim dominar o uso em contexto real da vida em sociedade. Segundo Cuche (1999) a cultura é o conjunto de práticas que caracterizam um povo. A pesquisa questiona quais os valores que as línguas shona estabelecem com a cultura? A pesquisa objetiva discutir a relação entre língua shona e a cultura do seu povo e demonstrar como a língua se socorre dos empréstimos para enriquecer o seu léxico. Segundo a classificação de Guthrie (1967), o grupo linguístico shona pertence à família congo-kordofaniana, sub-família niger-congo, grupo bantu, sub-língua shona. Sendo assim, é do shona (S.10) onde se encontram as línguas korekore (S.11) e suas variantes, cizezuru (S.12), cimanyika (13a) e suas variantes, cindau (S.15) e suas variantes, cinyai, cirozvi (S.16D). (NGUNGA, 2015). Usando o método bibliográfico se chega à conclusão de que as línguas do grupo linguístico shona (S.10) para além de ser faladas em Moçambique, também são faladas no Zimbabwe e na Zâmbia. Termo “bantu” é usado nos estudos da linguística moderna para se referir a um grupo de cerca de 600 línguas faladas por mais de 220 milhões de pessoas. Uma vez que os falantes do grupo shona em Moçambique estão em contato permanente com os shonas do Zimbabwe ocorre a solidariedade linguística em que os moçambicanos fazem diversos empréstimos linguísticos do inglês, uma das línguas oficiais do Zimbabwe.