MORDIDA CRUZADA POSTERIOR FUNCIONAL UNILATERAL
Resumo
Mordida cruzada posterior (MCP) é a relação anormal, vestibular ou lingual de um ou mais dentes da maxila, com um ou mais dentes da mandíbula, quando os arcos dentários estão em relação cêntrica, podendo ser uni ou bilateral. É classificada em dentária, muscular e óssea, de origem ambiental ou funcional, constituindo a maioria da MCP encontrada na dentadura decídua, com fator etiológico um contato prematuro nos dentes decíduos. Na mordida cruzada funcional não ocorre discrepância nas linhas média superior e inferior com a mandíbula em repouso, porém quando os dentes ocluem apresentam desvio da mandíbula no sentido da mordida cruzada. A grande maioria dos casos de MCP manifesta-se unilateralmente. No entanto, a mandíbula manipulada em relação cêntrica, quase sempre tem comprometimento de ambos os lados do arco dentário, havendo uma relação de mordida de topo bilateral, provocando instabilidade oclusal e desvio da mandíbula. A MCP tem prevalência alta variando entre 8 – 16% das crianças na dentadura mista. O tratamento deverá ser realizado assim que detectado, pois a má-oclusão dentária leva a problemas de crescimento e desvios esqueléticos, provocar traumas oclusais, mobilidade ou fraturas. Relatar um caso de correção da mordida cruzada posterior funcional unilateral. Paciente do gênero masculino, seis anos de idade, onde ao exame intra-bucal apresentava início da dentição mista, no primeiro período transitório e dois incisivos centrais inferiores erupcionando, com arco de Baume tipo II e relação transversal com MCP no lado esquerdo, desde incisivo lateral até região posterior, sendo de caráter funcional. No exame extra-bucal, existia assimetria facial mandibular do lado esquerdo, sendo do mesmo lado da MCP. Quando em relação cêntrica, provocava instabilidade oclusal e desvio da mandíbula. O tratamento realizado foi a disjunção com aparelho do tipo Haas, ativado durante quinze dias com dois quarto de volta a cada doze horas. Devido diagnóstico precoce, conseguiu o restabelecimento das relações interoclusais, onde melhorou fisiologicamente e funcionalmente as relações faciais.
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