SAÚDE INTEGRAL DA MULHER:
ação para reduzir as lacunas em saúde mental feminina
Resumo
Introdução: Atualmente, o público feminino constitui mais de 50% da parcela mundial que está em busca ou em tratamento por transtornos mentais, principalmente por ansiedade e depressão, sendo necessário conhecer e entender o impacto da saúde mental no bem-estar da mulher. Dito isso, é importante o desenvolvimento de pesquisas sobre saúde mental com foco nas necessidades femininas, buscando ajudar a sociedade e órgãos de saúde desse setor a proporcionar para as mulheres uma saúde de forma integral que contemple o seu bem-estar. Dessa forma, este projeto visou o rastreio dos casos de transtornos mentais de pacientes do ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia dos Centros de Especialidades Integradas de Saúde do Centro Universitário CESMAC(CEIS-CESMAC) a fim de conhecer o perfil sociodemográfico, promover educação em saúde mental para a comunidade feminina e monitorar a saúde mental destas mulheres. Material e Método: Tratou-se de um estudo com abordagem epidemiológica, descritivo, de caráter transversal, desenvolvido no Centro de Especialidades Integradas de Saúde do Centro Universitário CESMAC (CEIS-CESMAC). A amostragem se deu por conveniência com as voluntárias convidadas na sala de espera para atendimento de Ginecologia e Obstetrícia do CEIS-CESMAC. A coleta de dados iniciou-se após a aprovação do protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética em pesquisa e consistiu na aplicação de questionários para voluntárias maiores de 18 anos, solicitando previamente sua autorização via TCLE. Após a coleta de dados, os resultados foram categorizados conforme preconiza a pontuação total do PHQ-4. A tabulação dos dados foi realizada no programa microsoft forms e os dados apresentados em tabelas e gráficos. Resultados e discussão: Das 43 mulheres entrevistadas, 14 afirmam sofrer de transtornos mentais por ansiedade (38%) e/ou depressão (37%). Das mulheres acometidas, 53% não estão tratando sua condição, em contrapartida, das que estão em tratamento, 77,8% realizam farmacoterapia e apenas 22,2% realizam psicoterapia, o que demonstra uma falha na abordagem terapêutica dessas mulheres. É importante salientar o alto número de mulheres sedentárias (67%) o que implica diretamente no bem-estar físico e mental desta parcela, porém, 63% das entrevistadas possuem boa qualidade de sono, o que contribui para um menor acometimento psicológico. Conclusão: Durante o estudo, foi possível observar que a maioria das mulheres acometidas por problemas de saúde mental possuíam ansiedade, seguido por depressão, e por vezes, ambas associadas, visto que estão habitualmente interligadas. É importante salientar que das mulheres que cursam em tratamento, a farmacoterapia prevalece à psicoterapia, demonstrando a possível fragilidade do tratamento das mesmas, visto que ambos são complementares. Outro fator importante foi a baixa adesão a atividades físicas, o que afeta diretamente o bem-estar físico e mental. Dessa forma, ações de educação em saúde mental se fazem necessárias, visando orientar a população feminina sobre a importância dos bons hábitos de vida, bem como, a busca por profissionais qualificados.
