AS PRÁTICAS CAPACITISTAS NAS SIMULAÇÕES VIVENCIAIS DE DEFICIÊNCIAS EM EVENTOS CULTURAIS, DINÂMICAS E OFICINAS DE ESTUDOS
Resumo
Muitas instituições educacionais promovem atividades que simulam deficiências. O objetivo costuma ser estimular a empatia e ensinar como vivem pessoas com deficiência. Porém, na ausência de cegos, cadeirantes e pessoas com outras condições a simulação estimula o capacitismo em vez de combatê-lo, concebendo a deficiência apenas como uma condição para piedade nos corpos, não como parte da diversidade cultural em uma comunidade. A antropologia da deficiência tem franca oposição a simulações. Neste estudo, mostra-se como a simulação da deficiência equivale ao black face, tornando as rotinas de quem tem deficiência estereótipos caricaturais baseados no que quem se considera pessoas normais. Experiências capacitistas registradas em estudos e notícias serão analisadas sob este prisma para, em seguida, serem comparadas com práticas etnográficas que de fato estimularam nos trabalhos de campo o reconhecimento da identidade da pessoa com deficiência.