As Representações Sociais e os Direitos Humanos nos Riscos Socioambientais
Palavras-chave:
Riscos Socioambientais, Desastres, Representações Sociais, Direitos Humanos.Resumo
Resumo:
A realidade humana é espacial. A utilização irregular de espaços urbanos demonstra que as cidades vêm crescendo desordenadamente e que existe um mundo cada vez mais vulnerável. Prova disso, foram as tragédias ocorridas recentemente, em janeiro de 2020, envolvendo a região sudeste do Brasil (RJ, ES, MG). Atualmente, cerca de 60 a 70 milhões de pessoas vivem, convivem e/ou transitam (sem saber) em áreas consideradas de risco. Esse número expressivo se deve principalmente ao descontrole do planejamento urbano, ao grau de exposição das pessoas urbanizadas e às mudanças climáticas. O cenário climático atual exige a constituição de novas escolhas no estilo de vida de nossa sociedade, principalmente, no que compete às mudanças de atitudes individuais e coletivas na relação com o meio diante. A problemática ambiental é intensa e contínua, e implica também na manutenção dos direitos humanos. Apresenta questões subentendidas aos riscos ambientais que pertencem à esfera do social e do simbólico, que podem ser respondidas e aprofundadas pela Teoria das Representações Sociais (TRS), por meio da interação indivíduo-sociedade. Esta pesquisa buscou investigar variáveis correlatas entre as representações sociais e a gestão de prevenção de desastres. O objetivo deste estudo é apresentar como a Teoria das Representações Sociais (TRS) e suas práticas podem contribuir nas possíveis interfaces com a Gestão de Riscos de Desastres e a Educação Ambiental. Como proposta metodológica, exploraram-se pesquisas científicas que discutem sobre as Representações Sociais de riscos ambientais. Tratou-se de uma revisão integrativa, realizada entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, em língua portuguesa e inglesa, nas bases de dados da Capes: Web, Scopus, Scielo, PsycInfo, Lilacs. Como resultado, os estudos ressaltaram a importância da utilização teórica da TRS às práticas educativas de questões ambientais, pois apresentam contribuições importantes para a comunidade científica e para a sociedade em geral, porém, apontam insuficiência de literatura que contemple a TRS atrelada aos riscos socioambientais. Desta feita, construir caminhos alternativos para o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas causadas pela ação humana é imprescindível.
Downloads
Referências
ABRIC, J.C. A abordagem estrutural das representações sociais. In: A.S.P. Moreira & D.C. Moreira (Orgs.). Estudos interdisciplinares de Representação Social. Goia: AB, 1998.
ALEXANDER. D. Riscos naturais em uma terra inquieta. In: Matthews, J.A.; Humbert , D.T. (Org). Geografia Unificadora: herança comum, futuro compartilhado. Londres: Routledge, 2004, p.266-282.
ALMEIDA, A. M. O., Santos, M. F. S., & Trindade, Z. A. Teoria das representações sociais: 50 anos (pp. 17-20). Brasília: Technopolitik, 2011,
ALMEIDA, A.M de O. Sociedade e Estado. Brasília, 2009, v.24, n.3, p.713-737, set./dez.
ARRUDA, A. Representações e movimentos sociais: grupos ecologistas e eco feminista do Rio de Janeiro. In Moreira, A.S. P e Oliveira, D.C (org.): Estudos Interdisciplinares. Goiânia: AB Editora, 1998.
ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris, 1948, 217[III] A.
BARCELOS, V. H.L. A relação homem ambiente e a questão ecológica: uma contribuição ao processo educativo. Santa Maria – RS. Dissertação Mestrado, Centro de Educação – UFMS, 1996.
BELLONI, M.L. O que é a mídia-educação. Campinas, SP:, 2001.
BONFIM, Z.A. Representações sociais do local de moradia, de si próprio e do outro em um grupo de moradores do Pedregal e do Novo Gama: um estudo introdutório. Brasília: UnB, 1990.
BRASIL. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - LEI Nº 9795/1999, Art 1º. Disponível em: https://www.google.com/search?q=lei+9795+art+1&oq=lei+9795+art+1&aqs=chrome..69i57.17183j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8 , em 25 jan 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL/ MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, SECRETARIA NACIONAL E PROTEÇÃO DE DEFESA CIVIL, DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL, Brasília : MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2017.
BRASIL. POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - LEI nº 12.608, de 10.04.2012 - (Conversão da MP nº 547, de 2011).
BRASIL. UNISDR - Estratégia Internacional das Nações Unidas para Redução de Desastres (United Nations International Strategy for Disaster Reduction), 2017.
CASTRO, A.L. C. Glossário de Defesa Civil estudos de riscos e medicina de desastres. Brasília: MPO/Departamento de Defesa Civil, 1998, 283p.
CAVALCANTE, J. da S. I., ALOUFA, AHMED, M.I. Percepção de riscos ambientais: uma análise sobre riscos de inundações em Natal-RN, Brasil. Investigaciones Geográficas, Boletín del Instituto de Geografía, 2014, n. 84, pp.54-68.
CARVALHO, C.S.; GALVÃO, T. Prevenção de riscos de deslizamentos em encostas: Guia para elaboração de Políticas Municipais. Brasília: Ministério das Cidades, 2006.
CASTRO, A.L. C. Glossário de Defesa Civil estudos de riscos e medicina de desastres. Brasília: MPO/Departamento de Defesa Civil, 1998, 283p.
CEPREDENAC – PNUD. La gestión local del riesgo: nociones y precisiones en torno al concepto y la práctica. Programa Regional para la Gestión del Riesgo en América Central. Guatemala, 2003.
CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Brasília, DF, 2017 - Projeto GIDES - JICA
DOISE,W. Rencontres et représentations intergroupes. Archives de Psychologie,1972, n.41, p. 303-320.
FERNANDES, N.F; GUIMARÃES, R.F; GOMES, R.A; VIEIRA, B.C; MONTGOMERY, D.R; GREENBERG, H. Condicionantes geomorfológicos dos deslizamentos nas encostas: avaliação metodológica e aplicação de modelo de previsão de áreas susceptíveis. Revista Brasileira de Geomorfologia, UGB, 2001, vol.2, nº 1.p 51-71.
FURTADO, J.R. Gestão de riscos e desastres. Florianópolis: CEPED UFSC, 2012..
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. - São Paulo: Editora Atlas SA, 2008.
GONZÁLEZ-GAUDIANO, E.; CARTEA, P.M.; LORENZETTI, L. Investigação em educação ambiental na América Latina: mapeando tendências. Educação em Revista, 2009, 25(3): 191-211.
GUARESCHI, P; ROSO, A. A.Teoria das representações sociais: sua história e seu potencial crítico e transformador. In: CHAMON,E; GUARESCHI, P; CAMPOS, P.Hn (Ed). Textos e debates em representação social. Porto Alegre: ABRAPSO, 2014, p.17-40.
GUERRA, S. Direitos humanos: curso elementar. São Paulo: Saraiva, 2013.
JODELET, D.Representations sociales: un domaine en expansion. In: D. Jodelet (Org.) Les Representations Sociales. Paris: Presses Universitaires de France, 1989.
JODELET, D.Representações Sociais: um domínio em expansão. In: AS representações sociais. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001, p.187-203.
JODELET, D. Representações Sociais e mundos de vida. Tradutora: Lilian Ulup. - Paris: Éditions des archives contemporaines. São Paulo Fundação Carlos Chagas, Curitiba: PUC Press, 2017.
KOZEL, S. Mapas mentais: dialogismo e representações – 1.ed.- Curitiba: Appris,2018.
KUHNEN, A. Meio ambiente e vulnerabilidade a percepção ambiental de risco e o comportamento humano. Londrina: Revista Geografia, 2009, v. 18, n. 2.
LEWIN K. Principles of topological Psychology. New York: McGraw Hill, 1936.
LOPES, E.S.S. Modelagem espacial dinâmica em Sistema de Informação Geográfica – uma aplicação ao estudo de movimentos de massa em uma região da Serra do Mar paulista.. Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP (IGCE/UNESP), Rio Claro, 2006, 314p.
LOPES, A.R.S.; ESPÍNDOLA, M.A.; NODARI, E. (2013). Uma análise histórica e ambiental do desplacamento da “pedra” do Morro da Mariquinha - Florianópolis (SC).Revista Latino-Americana de História, 2013, Vol. 2, nº. 8 – Outubro© by PPGH-UNISINOS P.115
MARCELINO, E.V. Desastres Naturais e Geotecnologias: Conceitos Básicos. Caderno Didático nº 1.INPE/CRS, Santa Maria/RS, 2008.
MARCONDES, D. Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE, Brasília: UNESCO, 2006, p. 33.
MOSCOVICI, S. La psychanalyse, son image et son public. Paris: PUF, 1961..
MOSCOVICI, S. A psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis: Vozes, 1961/2012a.
MOSCOVICI, S. Social Influence and Social Chang. Londres: Academic Press, 1976.
MOSCOVICI, S. A Representação Social da Psicanálise. Álvaro Cabral (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
MOSCOVICI, S. A invenção da sociedade. São Paulo: Editora Vozes, 1993/2011.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigação em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003.
MOSER, G.; Weiss, A. Espaces de vie: aspects de la relation homme-environnement. Paris: Armand Colin, 2003.
SAITO, S. Desastres Naturais: conceitos básicos. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA (INPE): Brasília, 2019.
SANTOS, B.S. Pela Mão de Alice. São Paulo: Cortez, 1995.
SANTOS, J. E dos.; SATO, M. A contribuição da Educação Ambiental à esperança de Pandora. São Carlos - Rima Editora, 2001.
SANTOS, R. F dos.Vulnerabilidade ambiental. Brasília, 2007, MMA, 192 p.
TAMAIO, I. Uma proposta de política pública: Parâmetros e Diretrizes para a Educação Ambiental no contexto das Mudanças Climáticas causadas pela ação humana. Brasília, 2010.
TOMINAGA, L.K. Avaliação de Metodologias de Análise de Risco a Escorregamentos: Aplicação de um ensaio em Ubatuba, SP. Tese de Doutorado. Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007, Brasil.
TOMINAGA, L.K.; SANTORO, J; AMARAL, R. Desastres Naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009.
VEYRET, Y. Os Riscos: O homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007, 319p.
WAGNER, W. Sócio gênese e características das representações sociais. In: A.S.P. Moreira & D.C. Oliveira (Orgs.). Estudos Interdisciplinares de representação Social. Goiânia, 1998, AB: p.3-25.
WAGNER, W. Sócio gênese e características das representações sociais. In: A.S.P. Moreira & D.C. Oliveira (Orgs.). Estudos Interdisciplinares de representação Social. Goiânia, 1998, AB: p.3-25.