DA PSICOLOGIA ASSOCIACIONISTA À PSICANÁLISE EXISTENCIAL:
O PROJETO SARTREANO DE COMBATE À MÁ-FÉ
Palavras-chave:
fenomenologia ontologia, ser, nada e má-fé.Resumo
O presente artigo pretende mostrar os limites da interpretação moderna sobre o sujeito a partir do pensamento sartriano. Para isto apresentaremos os pressupostos científicos modernos, assim como a psicologia associacionista e comportamental. Verificaremos que estas psicologias não davam conta do real dado, pois absolutizavam os fenômenos em categorias empíricas as quais bastariam por si mesmas. Sartre lança mão de uma Psicologia Fenomenológica, ainda insatisfatória porque a redução fenomenológica de Husserl era deveras artificial. Para Husserl consciência é consciência de alguma coisa. A Psicologia Fenomenológica tinha seus limites, pois o fenômeno de ser tem que ser colocado em questão se, se pretende analisar o ser do fenômeno, uma Ontologia Fenomenológica emergia da fissura homem-mundo. Só que a busca do ser revelou o nada de ser numa angústia. O ser é, enquanto nadifica todas as outras possibilidades de ser. O ser é no tédio, na náusea. Diante do ser que traz o nada ao mundo, não seria metodologicamente conveniente analisar o sujeito como a soma de diversas partes, em que uma parte determinaria a outra, numa lógica maquínica. Por isso, a Ontologia Fenomenológica não possuía um método capaz de ir ao homem mesmo enquanto totalidade destotalizada, ou seja, a Psicanálise Existencial desvelou-se como significativa metodologia de investigação do homem, esta singularidade lançada, projetada no mundo.
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Referências
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