Educação, Patrimônio Cultural e Louceiras do Maruanum
Palavras-chave:
Quilombo, Patrimônio cultural, Educação quilombola, Avaliação de política públicaResumo
Este artigo é resultado da pesquisa de mestrado realizada na região do Maruanum – Amapá - Brasil, que trata da percepção da importância do patrimônio cultural para a educação local utilizando um método quantitativo. O foco do artigo é analisar a relação de conexões entre a história, quilombos e patrimônio cultural e como é avaliada a importância do tema nas salas de aula da educação quilombola no Estado de Amapá. O estado do Amapá situa-se na região amazônica que em princípio integra grande patrimônio cultural que é a floresta e dentro dela um conjunto de populações, denominadas como tradicionais inclusive os de quilombos. Desde 1959 com o livro Rebeliões na Senzala de Clovis Moura, quilombo passou a ser um tema contemporâneo com vários enfoques na antropologia, na geografia e na história. No artigo são revisados os conceitos de quilombo, patrimônio cultural e educação quilombola O tema apresenta nuances sobre o direito de populações, a preservação da natureza e as disputas de terras demarcadas pelos constantes avanços das fronteiras econômicas. Quilombo é um tema importante na Constituição Brasileira de 1988 sobre os direitos a terra e a história. Neste quadro emerge o tema de patrimônio cultural, com variantes entre a natureza e paisagem, tendo os artefatos materiais e imateriais. Resultando na educação a problemática da importância do patrimônio cultural e da especificidade da localidade nos currículos e nas práticas educacionais. É apresentado o resultado da pesquisa sobre importância conferida por um grupo de educadores ao patrimônio cultural das louceiras que trabalham com barro.
Downloads
Referências
ANJOS, Rafael. S. A. Coleção África-Brasil: Cartografia para o Ensino Aprendizagem. Volume I. Brasília - DF: Mapas Editora & Consultoria, (Atlas Cartográfico Étnico - Material Didático). 2006.
ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagma (Orgs.). Uma educação do campo. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
ARRUDA, Rinaldo. “Populações tradicionais” e a proteção dos recursos naturais em unidades de conservação. Revista Ambiente & Sociedade - Ano II – N° 5 – 2° Semestre, 1999.
BARBOSA, Maria Inês Cardoso. Arranjo Local de Produção de Louças na Comunidade Quilombola do Maruanum-AP. Monografia do Curso de Especialização em Gestão de Arranjos Produtivos Locais. UNIFAP, Universidade Federal do Amapá: Macapá-Amapá. 2011.
BELAS, Carla Arouca. Aspectos Legais do INRC: relação com legislações nacionais e acordos internacionais. Belém: IPHAN, 2004.
BRASIL, Constituição, 1988. Da Ordem Social. Vade Mecum Compacto. São Paulo: Saraiva, 2012.
_____________, Decreto n° 4.887 de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF. http://www. Planalto.gov.br> ccivil_03>decreto Acesso em: 10 set de 2019.
BRASIL, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/AP). Passo a passo de titulação de território quilombola. Disponível em:< http://www.incra.gov.br/passo_a_passo_quilombolas> Acesso em: 23 mar.2018.
_____________, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/AP). Acompanhamento dos processos de regularização quilombola. Disponível em:< http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf> Acesso em: 23 mar.2018.
_______________. Parâmetros Curriculares Nacionais 5ª a 8ª Série. Online, 1999. Acessado em http://www.mec.gov.br, 08 set 2019.
CARLOS, A. F. A. O lugar no/do mundo. São Paulo: HUCITEC, 1996.
_______________. Espaço-tempo na Metrópole: a fragmentação da vida cotidiana. São Paulo: Contexto, 2001.
CHIAVENATO, Júlio José. O Negro no Brasil: da senzala à abolição. São Paulo: Moderna, 1999.
COSTA, Célia Souza da / FERREIRA, Ana Paula da Conceição. O criar-saber fazer das Louceiras do Maruanum como patrimônio cultural afro do Amapá. IN: Henrique Cunha Junior e Marlene Pereira dos Santos (org.). Afro Patrimônio Cultural. Fortaleza- Editora Via Dourada, 2019.
COSTA, Célia Souza da. Patrimônio cultural do Amapá: o caso das louceiras do Maruanum em observância ao princípio da equidade intergeracional. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental e Políticas Públicas. Fundação Universidade Federal do Amapá, Macapá-Amapá. 2014.
COIROLO, Alicia Durán. In Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Atividades e Tradições dos Grupos Ceramistas do Maruanum (AP). V. 7. Série Antropologia. Belém-PA. 1991.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Quilombo: patrimônio histórico e cultural. Revista Espaço Acadêmico. Numero 129. Fevereiro; páginas 158-167. 2012.
____________________. Textos para o movimento negro. São Paulo: Editora Edición. 1992.
FEITOZA, Paulo Fernando de Britto. Patrimônio Cultural da Nação: tangível e intangível. Revista Aboré. 2ª ed. Manaus: Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas. 2006. Disponível em:<http://www.revistas.uea.edu.br/old/abore/artigos/artigos_2/Artigos_Professores/Paulo%20Feitoza.pdf>Acesso em: 20 mar.2018.
FERREIRA, Ana Paula da Conceição. Trabalho Pedagógico com Patrimônio Cultural Barro na Comunidade Quilombola. Assunção – Paraguai: Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação. Universidade Tecnológica Intercontinental. Faculdad de Postgrado. 2019.
FREITAS, Décio Bergamaschi. Palmares - A Guerra dos Escravos. Porto Alegre, Movimento, 1971.
FONSECA, M. C. L. 2009. O patrimônio em processo: Trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/IPHAN. FUNDAÇÃO CULTURAL DOS PALMARES. 2019. Disponível em:<http://www.palmares.gov.br/quilombola/?estado=AP> Acesso em: 10 set 2019.
FUNES, Eurípides. Nasci nas matas: nunca tive senhor: história e memória dos mocambos do Baixo Amazonas. Tese de doutorado, São Paulo: USP,1995.
GALLOIS, Dominique Tilkin (Org.). Patrimônio Cultural Imaterial e Povos Indígenas: exemplos no Amapá e norte do Pará. São Paulo: Iepé, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Altas, 2010.
GOMES, Flávio dos Santos. Em torno dos bumerangues: outras histórias de mocambos na Amazônia Colonial. Povo Negro. Revista da USP. São Paulo: 1996.
_________________________. Nas Terras do Cabo Norte: fronteiras, colonização e escravidão na Guiana Brasileira séculos XVIII/XIX. Belém: UFAP. 1999.
GONÇALVES E SILVA, Petronilha B. e BARBOSA, Lúcia M. A. O pensamento Negro em Educação. UFSCAR. SP. 1997.
GUIMARÃES, Elza Correia Velasco; SANTANA, Shirley Barbosa. A cerâmica utilitária do Maruanum. 1989. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Licenciatura em Educação Artística. UNIFAP, Universidade Federal do Amapá: Macapá-Amapá.
LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re)construir. Revista de ESTUDOS AVANÇADOS 16 (45), 2002.
MACHADO. Luane Cristina Tractz. Da educação rural à educação do campo: conceituação e problematização. IV Seminário Internacional de Representações sociais, subjetividade e Educação. EDUCERE, 2013.
MAFRA, José Ricardo e Souza. Espaços Transversais em Educação Matemática uma contribuição para formação de professores na perspectiva etnomatemática. Tese de Doutorado. Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.
MOURA, Clovis. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Editora Achimine, 1959.
MUNANGA, Kabengele. Estudos sobre a África subsaariana nos países da América Latina. In: BOAVENTURA, Edivaldo M; SILVA, Ana Celia da. (Org.). O terreiro, a quadra e a roda: Formas alternativas de educação da criança negra em Salvador. 1ed.Salvador: Programa de Pós-Graduação em Educação da UFBA, v, p. 77-85. 2004,
OLIVEIRA, Ana Gita de. Salvaguarda do Patrimônio Cultural. Belém: IPHAN, 2004.
PELEGRINI, Sandra C. A.; FUNARI, Pedro Paulo. O que é Patrimônio Cultural Imaterial. São Paulo: Brasiliense, 2008.
PEREIRA, Amauri Mendes. Guerrilha na educação: A ação pedagógica do movimento negro na escola pública. Revista Educação em Debate. Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Ano 25 – V. 2 – n° 46. 2003
PEREIRA SANTOS, Marlene. Incursões na História e Memória da Comunidade de Quilombo de Alto Alegres - Município de Horizonte –CE. Mestrado em Educação Brasileira. UFC. 2012.
PERICO, R. E.; RIBEIRO, M. P. Ruralidade, Territorialidade e Desenvolvimento Sustentável: visão do território na América Latina e no Caribe. Brasília, DF. 2005.
PORTA, Paula. Política de Preservação do Patrimônio Cultural no Brasil: diretrizes, linhas de ação e resultados: 2000/2010. Brasília: IPHAN/Monumenta, 2012.
SALLES, Vicente. O Negro no Pará, sob regime de escravidão. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas e Universidade Federal do Pará. 1971. Disponível em: <https://fauufpa.files.wordpress.com/2013/03/o-negro-no-parc3a1-vicente-salles-pdf.pdf>. Acesso em: 28 fev 2017.
SANTOS, Luzia do Socorro Silva. Tutela das Diversidades Culturais Regionais à luz do Sistema Jurídico-ambiental. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris. 2005.
SANTOS, Marlene Pereira dos. Incursão na História e Memória da Comunidade de Quilombo de Alto Alegre - Município de Horizonte – CE. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Ceará. 2012.
SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. 3ª ed. São Paulo: Nobel, 1995
SOUZA, Carla Gabrieli Galvão de. Patrimônio Cultural: o processo de ampliação de sua concepção e suas repercussões. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília. N. 7, p.37-66. 2008.
SILVANI, Juliana Morilhas. O valor da cultura: um estudo de caso sobre a inserção da louça do Maruanum/AP no mercado e sua relação com a preservação do patrimônio cultural, 2012. Dissertação (Mestrado) – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural, Rio de Janeiro. 2012.
TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 9ª ed. Petropólis, RJ: Vozes, 2012.